Iphan promove roda de conversa com vencedores do Prêmio Luiz de Castro Faria

Vencedores da 8ª edição do Prêmio Luiz de Castro Faria, realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), participam de webinário nos dias 29 e 30 de abril. As “Rodas de conversa com os vencedores do prêmio Luiz de Castro Faria 2020” serão transmitidas pelo canal oficial do Iphan no YouTube.

“As pesquisas científicas no campo do Patrimônio Arqueológico devem ser apoiadas e incentivadas, principalmente em um país que possui mais de 28 mil sítios cadastrados”, pontua Larissa Peixoto, presidente do Iphan. “O Prêmio Luiz de Castro Faria tem como premissa reconhecer essas pesquisas, em razão da sua originalidade, vulto ou caráter exemplar. O webinário foi a forma encontrada para divulgar e dar maior visibilidadade a ações de tamanha importância, principalmente no atual contexto de distanciamento social”, conclui. 

A premiação, que teve sua primeira edição em 2013, reconhece a pesquisa acadêmica cujo tema seja o Patrimônio Arqueológico Brasileiro em quatro categorias: artigo científico, monografia de graduação, dissertação de mestrado e tese de doutorado. Os vencedores recebem os valores de R$ 7 mil (artigo científico), R$ 10 mil (monografia), R$ 15 mil (dissertação de mestrado) e R$ 20 mil (tese de doutorado). 

“O Prêmio Luiz de Castro Faria cumpre um papel importante na socialização do patrimônio arqueológico. Os estudos no campo da Arqueologia têm contribuído para o aprimoramento da gestão, uma vez que resultam no mapeamento de sítios, na formação de acervos e na interpretação desses bens, tendo desdobramentos nas políticas públicas que envolvem esse patrimônio”, destaca a diretora substituta do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), Danieli Helenco. “É muito gratificante para nós, do Centro Nacional de Arqueologia, poder fomentar o reconhecimento e a valorização das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas no país”, completa.

Junto do webinário, o Iphan promove as pesquisas vencedoras por meio da publicação de reportagens no site institucional, vídeos e posts nas redes sociais.

Vencedores

Na Categoria Artigo Científico, foram escolhidos dois artigos: o primeiro é de autoria de Luciana de Castro Nunes Novaes, com o título de “Arqueologia do axé: o Exu submerso e a paisagem sagrada”; o segundo premiado da categoria, de autoria de Helena Pinto Lima, tem como título “Aprendizagem e pesquisa em perspectiva intercultural: reflexões de uma arqueóloga trabalhando no rio Negro”.

Já na Categoria Graduação, a monografia escolhida foi “Caminhos para o passado: Oca’õ Agõkabuk e cultura material Munduruku”, cujo autor é Jair Boro Munduruku, primeiro indígena a receber a premiação. A monografia foi desenvolvida no âmbito da graduação em Arqueologia da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), sob orientação da professora Dra. Bruna Cigaran de Rocha e co-orientação do professor Vinicius Eduardo Honorato de Oliveira.

Na Categoria Dissertação de Mestrado, o trabalho vencedor foi “Arqueologia, paisagem e materialidades do movimento do Pau de Colher (1937-1938)”, cujo autor é Marcelo Alves Ribeiro. A pesquisa foi realizada no Mestrado em Arqueologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), sob orientação do professor Dr. Grégoire Andre Henri Marie Ghislain van Havre.

Por fim, na Categoria Tese de Doutorado, o trabalho vencedor tem como título “Arqueologia e História de povos de línguas karib: um estudo da tecnologia cerâmica”. A autoria é de Meliam Gaspar, que desenvolveu a tese no Doutorado em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), sob orientação da professora Dra. Fabíola Andréa Silva.

Luiz de Castro Faria

Antropólogo, arqueólogo, professor, biblioteconomista e museólogo Luiz de Castro Faria foi também um importante articulador de políticas públicas, junto com o primeiro presidente do Iphan, Rodrigo Melo Franco de Andrade, especialmente nas décadas de 1950 e 1960. Nascido em Niterói (RJ) em 1913, foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e responsável pela formação de uma geração de antropólogos brasileiros nas universidades federais do Rio de Janeiro e Fluminense – UFRJ e UFF –, instituições em que recebeu o título de professor emérito.

Antes de voltar-se ao estudo da antropologia, Luiz de Castro dedicou-se à pesquisa e preservação de grutas naturais e sambaquis em quase todo o litoral brasileiro. Designado pelo governo brasileiro, o pesquisador foi um dos autores da Lei 3.924/1961, principal instrumento de proteção do patrimônio arqueológico e responsável por participar, guiar e fiscalizar grandes expedições do século XX. Seus registros científicos reconstituíram parte da história do Brasil e fortaleceram o movimento de conscientização sobre a importância dos sítios arqueológicos. Luiz de Castro Faria morreu aos 91 anos, no dia 12 de agosto de 2004.

Serviço:

Webinário “Rodas de Conversa com os Vencedores do Prêmio Luiz de Castro Faria 2020”
Data: Dias 29 e 30 de abril, às 18h
Onde assistir: youtube.com/iphangovbr

Programação:

Quinta-Feira, 29 de abril – 18h

Abertura com a presença da presidente do Iphan, Larissa Peixoto, da Diretora Substituta do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização, Sandra Rafaela Magalhães Corrêa e da Diretora Substituta do Centro Nacional de Arqueologia, Danieli Helenco

Arqueologia e História de povos de Línguas Karib: Um estudo da tecnologia cerâmica, com a autora Meliam Gaspar

Arqueologia do axé: o Exu submerso e a paisagem sagrada, com a autora Luciana de Castro Nunes Novaes

Mediação:

Professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Dra. Louise Prado Alfonso

Professora do Departamento de Arqueologia na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Dra. Juliana Rossato Santi

Clique aqui para assistir

Sexta-Feira, 30 de abril – 18h

Aprendizagem e pesquisa em perspectiva intercultural: reflexões de uma arqueóloga trabalhando no rio Negro, com a autora Helena Pinto Lima

Caminhos para o passado: Oca’õ Agõkabuke e cultura material Munduruku, com o autor Jair Boro Munduruku

Arqueologia, paisagem e materialidades do movimento do Pau de Colher (1937-1938), com o autor Marcelo Alves Ribeiro 

Mediação:

Professora do Departamento de Arqueologia na Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Dra. Juliana Rossato Santi

Professora do Departamento de Antropologia e Arqueologia do Programa de Pós-Graduação em Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Dra. Louise Prado Alfonso

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